quinta-feira, 8 de dezembro de 2011


Parece que JÁ DEU. Mas o que NÃO DEU AINDA, foi esquecer você de uma hora pra outra.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

É a jornada, ok?! E não o destino.



E às vezes a gente percorre mil novencentas e setenta e nove estradas diferentes só pra descobrir que nem era o lugar que era importante, mas a busca do lugar... e a descoberta. E de repente você percebe que percorreu 400, 800 quilômetros só pra olhar pra algo que nem queria olhar... bem aqui.

Eu sei que poderia ter feito diferente, um pouco mais isso ou aquilo ou sei-lá-quê, mas é que não teria a minha cara... Não teria minha ânsia, não teria minha sede. E a indefinição me assusta às vezes, mas é também ela que me traz a possibilidade de renovação e recomeço...

*

É a jornada. A jornada é o que nos traz felicidade. Não o destino.
É ouvir o coração, ter fé e aproveitar a paisagem. O resto eu sei que sempre vem por acréscimo.


Sacado do Serendipities, o blog da Lenna Rodrigues. (sobrenome famoso esse heim.)

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Novo... De Novo? NÃO! Só, totalmente DiFeNtE!

Diante da "nova fase", devo resumir então, em apenas uma música.
Ando cantarolando-a por ai, entre os corredores da empresa, enquanto aguardo um cliente atender ao telefone, quando lavo louça, quando espero o ônibus, quando acordo, quando tomo banho, quando....



Quase Sem Querer. - Legião Urbana.

Tenho andado distraído,
Impaciente e indeciso
E ainda estou confuso,
Só que agora é diferente:
Sou tão tranqüilo e tão contente.

Quantas chances desperdicei,
Quando o que eu mais queria
Era provar pra todo o mundo
Que eu não precisava
Provar nada pra ninguém.

Me fiz em mil pedaços
Pra você juntar
E queria sempre achar
Explicação pro que eu sentia.
Como um anjo caído
Fiz questão de esquecer
Que mentir pra si mesmo
É sempre a pior mentira,
Mas não sou mais
Tão criança a ponto de saber tudo.

Já não me preocupo se eu não sei por que.
Às vezes, o que eu vejo, quase ninguém vê
E eu sei que você sabe, quase sem querer
Que eu vejo o mesmo que você.

Tão correto e tão bonito;
O infinito é realmente
Um dos deuses mais lindos!
Sei que, às vezes, uso
Palavras repetidas,
Mas quais são as palavras
Que nunca são ditas?

Me disseram que você
Estava chorando
E foi então que eu percebi
Como lhe quero tanto.

Já não me preocupo se eu não sei por que.
Às vezes, o que eu vejo, quase ninguém vê
E eu sei que você sabe, quase sem querer
Que eu quero o mesmo que você.

segunda-feira, 27 de junho de 2011



- Alô?
- Oi, não fala nada, só escuta. Sim, tenho plena consciência de que são 2:32 da manhã, ou melhor da madrugada, e que você odeia que te acordem. Sei também que você tá com o coração acelerado porque como sempre, o toque do seu celular é estridente. Mas olha, estou fazendo tudo isso por um bom motivo. Lembra da minha amiga, a Gabriela? Então, ela me apresentou um cara tão lindo, tão inteligente, alto, másculo, e que usa meias referente aos pares. Ele tem dois cachorros dóceis, e mora em um apartamento no centro de São Paulo que é ma-ra-vi-lho-so. Mas antes que você pense que eu liguei pra fazer ciúmes, eu liguei porque eu vim aqui pra sacada fumar, e comecei a chorar. Tava passando ”P.S: eu te amo” na tv por assinatura, e sabe, eu lembrei de quando deitei no sofá com você, e reparei que você usava uma meia de cada par. Você chorou igual criança assistindo, até que aquelas suas duas cachorras monstras resolveram brigar por causa daquele bichinho de pelúcia verde, que você apelidou de melequinha. Olha só, que coisa estúpida, eu fumando. Fumando porque quero parecer mais cool e mais descolada, mas estou chorando porque lembrei que o melequinha era tão engraçadinho. Tá vendo? Eu sou uma burra. Mas você, você também é. Burro por me deixar ir embora, burro por não lutar por mim. Te juro que só mais um pedido para que eu ficasse, eu ficava, e ficava pra sempre! Mas você, como sempre, disse que eu já era grande demais pra decidir o que fazer da vida. Mas vida, que vida? Vida sem você? Não existe. O cheiro desse cara que a Gabi me apresentou é de perfume importado, você sabe o quando sou tarada por perfumes. Mas eu largaria esse cheiro de Paris ou de banco de couro de carro novo, não importa, pelo seu cheiro de cebolas, após uma tentativa frustrada de um jantar romântico. Tô chorando mais ainda. Por que você não me pega no colo, diz a ele que sou sua, e me leva pra sua casinha, meu indie, hippie, sei lá, que tem cheiro de lavanda, hein? Hein? Já se passaram 6 meses, vi suas atualizações nas redes sociais. Vi você começando e terminando relacionamentos como quem começa e termina uma barra de chocolate. E eu não falei nada. Quer dizer, até agora, porque você é um idiota, sabe que me ama e não faz porcaria nenhuma. Mas enfim, além de estar fumando e chorando, eu também tô bebendo. Bebendo muito, mas nem assim esqueço. Você sabe o quanto me faz falta? Todos os poemas de Vinicius me lembram você, e os toques, os sorrisos, as piadas, são tão sem graça se não há você do meu lado, bagunçando meu cabelo e mordendo meu pescoço. Mas tá bom, tô falando demais, né? Você ainda tá aí? Tô falando tanto e nem reparei se a sua respiração tá no outro lado da linha
- Tô respirando sim (risos).
- (risos) Que bom então. Desculpa te acordar, te dizer tudo isso, na verdade, eu só tô um pouco cansada, esquece o que eu disse, eu nem gosto mais de voc …
- Que horas te busco?
- Agora.
- Tô indo, te amo.
- Vem logo, tá frio. Amo você também.

(Camila Archuleta)

Quem dera fosse assim... quem me dera.


Fonte: Blog Garotinha da Mamãe.

Paradoxo.



Já era de manhã. Acordaram. Ele então olha pra ela. Aquela mulher da noite anterior. Pele morena, cabelos lisos e corpo perfeito. Ele respira fundo, então sussurra:

-- Não devíamos ter ficado juntos, ontem. Isso não devia ter acontecido.

Ela, de súbito indaga:

-- Mas, por que? Acaso não foi bom? Não gostou. Fiz algo que te desagradou?

Ele inclina um pouco a cabeça e franze a testa.

-- Não! Foi ótimo. E você estava fantástica. É que...

Ela cansa do suspense. Altera um pouco a voz.

-- É que o que?

Então, ele responde:

-- É que, era o corpo dela que eu queria na verdade.


Então, aquele homem percebeu que a outra ainda estava em seus póros. Na noite anterior, mal pensou nela. Não lembrou dela. Não falou nela. Mas, e por que este amargo na boca e o vazio no peito? Afinal, seu corpo estava saciado. Mas, e por quê? 
E não demorou muito, para que ele próprio descobrisse. O fato é que ainda a amava. E que aquela mulher de pele branca, sorriso largo, cabelos ondulados e corpo volumoso e tão imperfeito, ainda preenchia milimétricamente cada espaço do seu ser.
Ele se deu conta, que alí havia ocorrido, mesmo estando eles separados a tanto tempo, a primeira traíção. A traição do seu sentimento. A pior que pode existir.

Provavélmente, aquele "novo" encontro prossíga. Mas a quela "conhecida" imagem, ainda estará presente.


Ró Person.

sábado, 18 de junho de 2011

Novo Afeir



Estou tendo um caso com o Amor-Próprio.
E pense num "cabra" gostoso! Não me trai. Não me aperreia. É lindo! Não olha para outras mulheres. Para ele eu sou a única e suprema. Me elogia incansavélmente...

De FATO... O melhor amante que alguém poderia ter.

Neste momento... Estamos muito bem!

PS: A única desvantgem em namorar o Amor-Próprio, é que ele não tem carne e osso e outras partes para apalpar!!

=S

E eu, PRECISO disso!

Contudo, dá-se um jeito... HAHAY!


O que? Aquele OSSO? 
Eu já larguei faz tempo!


PS: E sabe aquela tarde bem triste? Foi a última vez que eu chorei por você. ;)

domingo, 29 de maio de 2011

E as 5:00 horas...

Sim. Tá decidido. Vou me afastar de vez. Não por mim e por você. Nós somos fracos! E ainda necessitamos das nossas presenças, sei lá a que comparado, como uma espécie de alimento diário. E sem isso, agimos como em uma crise de abstinência daquela droga do qual o corpo já está acostumado. E isso é tão nocivo! Pois paramos de aproveitar quanto a nós mesmos, pra viver o outro. HOJE é fato conciderar que somos, ao mesmo tempo, o nosso imã e nossa criptonita (alusão a Comer Remar Amar). Como nos atraímos e nos repelimos constantemente e incansávelmente.
Por isso é melhor o total afastamento. Não por nós. Mas por que a situação exige. Por que eu não quero derramar sobre a mesa o restinho que ainda tem no copo. Quero manter essa "água" limpa e clara. Cuidar dela e guardar com um enorme carinho e cuidado. Esse líquidi tão precioso que tanto matou minha sede, mas também já me afogou de medo e angústia.
Ok. Entendo. Você que pra hoje, agora. Quer fazer esse copo transbordar novamente. E eu te digo, mil vezes... Não hoje. Não agora. As águas não seriam tão tranquilas assim. Não pra mim. Elas seriam turvas. Se misturariam com algumas "impurezas" que ficaram pra trás, bem lá no fundo do vidro.
Vai por mim. Deixe-me guardá-lo. Com cuidado.
Hoje, eu não quero encher copo algum. Quero gaudar o que me resta com carinho e cuidado e respeito.
E se ver você abastecendo, com esse turbilhão que você trás guardado no peito, outros copos... Seja o preço que devo pagar, pelo meu medo de tentar de novo no presente, que assim seja. É justo.

"Hoje eu não quero nada. Essa estrada eu já sei onde vai dar. Vai dar em nada. Não quero ir, nem voltar. Hoje eu não quero flor, hoje eu não quero dor... Não quero nada que rime com amor."

Sorte pra você, em sua busca. Em sua vida.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Para L.



Recife, 23 de Maio de 2011.

Meu bem,

Sim, ainda tenho total direito e liberdade de te chamar assim: Meu bem! O fato de nossa relação ter chegado ao já esperado final, não ocuta o sentimento que ainda existe. Sim, a relação acabou, não o amor.
Tavlez, como diz minha tão amada Tati Bernardi, "Talvez meu amor tenha aprendido a ser menos amor só para nunca deixar de ser amor..."
Deixar de ver você como uma das principais pessoas da minha vida, certamente não irá acontecer. Lembra de quando eu dizia que não foi à-toa ter-nos conhecido? Acredito que agora, HOJE, nós descobrimos perfeitamente o por que. Eu plantei um amor jamais conhecido e sentido em seu peito e você me trouxe realidade. Ter conhecido você me mostrou a vida de uma ótica diferente. A ótica do humor, do otimismo, da realidade por dura e crua que ela seja. Você me trouxe uma fortaleza que eu jamais imaginei sentir. Me moldou e me refez. E primordialmente, me ajudou quando eu realmente precisei. Você nunca filosofou pra mim. Nunca me disse nada para que essa "mudança" se abatesse sobre mim. Para isso, foi apenas necessário 'viver' com você. Alí, dia a dia. Te vendo e te observando. Abstraindo aquilo que você me oferecia, seja isso conciente ou inconcientemente. Eu ainda não sei, e talvez com o tempo a vida me mostre, se essa minha mudança me fará bem, ou a quem estiver ao meu lado. Contudo, equiparando o que eu era e o que hoje eu sou, aceito isso sendo algo bastante válido. Firmeza. O ser forte.
Enquanto a você. Bem, tenho me surpreendido, pode apostar. Todas as vezes que, (isso eu acredito ser de fato inconscientemente rs...) me toca com minuciosas sutilezas e gentilezas. Não que você nunca fosse gentil, não é isso. E tenha abosuluta convicção, que todas elas foram mais um tijolo sendo retirado da parede que, enfim, infelizmente ou felizmente eu construí sobre mim.
E do mesmo modo em que eu mudei, ví você mudar também. Ví você, sempre tão eretil e firme, cometendo as mais impensadas-intensas-doces atitudes em nome de AMOR. Logo você, imagine. E eu também não sei, e acredito que nem você sabe ainda, se essa mudança será boa. No entanto, também creio ser de valia.
E mediante a todas essas nossas 'evoluções', vieram as mais profundas dores, medos, dúvidas.
Mas hoje, não falemos e nem pensemos sobre isso. Hoje, te digo e te proponho guardar o melhor que aconteceu. O melhor de nós. Quero lembrar das gargalhadas, dos chocolates, das brincadeiras, das amenidades. Tudo foi muito divertido. E foi assim, no primeiro e no ultimo encontro. Não quero lembrar que essa graça se perdeu algumas vezes pelo caminho. Penso em cada vez que a resgatamos. Como agora.
Ok. Fácil? Não. Finalizar o ciclo nunca é fácil. Ainda haverá vontade de ligar, conversar, sorrir. E, faremos tudo isso. Não se corta um vínculo assim, de maneira tão brusca. 
Desejo que possamos nos encaminhar de maneira limpa e sem danos. Que você seja tão feliz, quanto eu pretendo ser. 
Sempre levarei você comigo e o que adquirí ao longo desse tempo. Que seguamos tendo a conciencia do que é melhor para nós, mesmo que para isso, tenhamos que contrariar o que o nosso coração.
Ainda tenho aquela ideia de que, aconteça o que tiver de acontecer agora, do que permitir que mais dores e que o ódio bata em nossa porta.

A relação, acabou. Mas o que nos uni, não.

Grande beijo,

Rogéria.

sábado, 21 de maio de 2011

Teste.

Primeiro post via o celular!


Uau!


Nem é amostração meu digníssimo povo. É um teste.


;)

sexta-feira, 20 de maio de 2011

(in)CONDICIONAL.



E mais uma vez VOCÊ me fez chorar.
Mas dessa vez, não foi de tristeza.
Eu não sei mesmo, de onde você tirou esse video, quem te mostrou... enfim.

Mas oh, ele é mais uma "martelada" nessa parede que me envolve.

Obrigada, é realmente uma das coisas mais lindas que já ví. E foi por intermédio de ti.

Era...

E o meu blog era tão dark né?

Pronto, resolví mudar...

PS: e é aí que bate uma saudaaaaaaaaaade do Conversa Miúda vs 2009...

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Pessoa... ♥




(Marina Lima)

Olhar você e não saber
Que você é a pessoa mais linda do mundo
Eu queria alguém lá no fundo do coração
Ganhar você e não querer
É porque eu não quero que nada aconteça
Deve ser porque eu não ando bem da cabeça
Ou eu já cansei de acreditar
O meu medo é uma coisa assim
Que corre por fora entra, vai e volta sem sair, oh, oh !
Oh, não ! Não tente me fazer feliz
Eu sei que o amor é bom demais
Mas dói demais sentir ...

(repetir...)

Ouvi ontem a noite. Linda né.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Adele'ando... ♥




Adele. ADELE. A-d-e-l-e!!!

Duas mil vezes, Adele! Contora inglesa, novinha que tive a sorte de esbarrar por aí.
Sabe aquele artista que você descobre e diz: Puta que pariu! Como é que eu não tinha visto antes??!
Aconteceu exatamente isso quando eu escutei Adele pela primeira vez. Desde então não larguei mais. (risos)
Ok. Quando eu ouvi Adele pela segunda vez. Antes de esbarrar com a jóia que é o seu ultimo disco, o "21", já tinha tido a graça de ouvir sua marcante voz. Uma participação especial no disco de Daniel Merriweather. Confesso que quando ouví, pensei: Nossa, a voz da Amy tá meio diferente. Mas eu gostei! (risos).
É. No inicio eu achei que lembrava a Amy. Perdão. Definitivamente não se parecem em nada. Excetuando aquela leve rouquidão ao fundo da voz.
Mas o fato é que desde já, gamei na voz da Adele.
Não sei explicar. Acho que é uma mistura da boa musica e a voz. O santo dos meus timpanos bateram (positivamente) com o seu timbre.
Não faz o tipo cantora "gostosa" ou exótica que se está acostumado ver por aií atualmente. Muito pelo contrário. Adele faz a linha normalzinha e estilo modelo Plus Size (aquelas mais gordinhas, assim como quem vos fala - bondade....). E quer saber? É SIMPLESMENTE LINDA!



Fiquei estarrecida com esse disco. O 21.
Tenho consumido Adele em doses homeopáticas diárias e indico.  Sabe aquele disco, que a gente  ama do começo ao fim, não acelera nenhuma música, e escuta incansávelmente? Então, é assim, desse jeitinho. 21 é um disco de grandes baladas românticas. Letras tocantes, e interpretações emocionantes...
E, eu com minha mania de encaixar musicas para finalidades, não poderia deixar a lista do maravilhoso CD de fora.


  1. Rolling In The Deep (Para começar uma boa transa.)
  2. Rumor Has It (Para continuar transando.)
  3. Turning Tables (Lembrar de um amor antigo ou atual, e das não tão boas especiencias vividas.)
  4. Don’t You Remember (Pensar em como já 'amamos' nessa vida.)
  5. Set Fire To The Rain (Não sei por que, mas me faz pensar em 'esperança'....)
  6. He Won’t Go (Fazer amor... Daquele jeitinho bem malemolente! )
  7. Take It All (Não sei. Sempre trava em meu MP4)
  8. I’ll Be Waiting (Boa pra tomar banho.)
  9. One And Only (Depois do amor...)
  10. Lovesong (Como o próprio nome diz, uma Canção de Amor, literalmente.)
  11. Someone Like You (Admitir pra sí os erros, sonhar de como queria voltar atraz em cada um deles.)
  12. If It Hadn’t Been For Love (Batucar nas coxas...- não é plágio das Chicas!)
  13. Hiding My Heart (Cochilar, com o sorriso nos lábios.)
  14. I Found A Boy (Viceral, orgânica demais....)
Lembrando que, essas emoções são MINHAS. E nada tem a ver com as suas traduções literais.
Acontece que é simplesmente perfeita pra mim.

E desde então, estou Adele'ando, por ai... ♪ ♥

sábado, 14 de maio de 2011

E (sempre) é assim...



A recaída de amor acontece como num daqueles pesadelos que se está caindo. De repente você acorda sentado na cama: Meu Deus, eu preciso saber! Mas se eu já estava tão bem há semanas. Volte a dormir, volte a dormir. Você já tinha decidido lembra? Nada a ver com você, chato, bobo, não deu certo. Mas eu preciso saber. Não, não precisa. Pra quê? Vai te machucar. Não! Eu preciso saber. Então levanto da cama.

Facebook, a desgraça em formato de parquinho virtual. Nome dele, aparece a foto azulada e ele de perfil. É tão bonito. Mas não há mais nada que eu possa ver. Nos deletamos mutuamente pra evitar justamente esse tipo de inspeção noturna. Mas isso não vai ficar assim. Ligo pra nossa amiga em comum. Ela não atende, afinal, são duas da manhã. Mando mensagem “me manda sua senha do Facebook agora ou vou ficar te ligando até amanhã cedo”. Ela manda a senha e um palavrão. Acesso. Vamos ver. Eu preciso saber. Eu preciso. Então vejo que ele não posta nada há cinco semanas. Fotos, fotos. A única foto nova é o flyer de uma festa que eu fui e ele não estava. Nada.

Jogo o nome dele no Google. Aparece uma foto dele alcoolizado dando entrevista em uma festa de mídia. Como é lindo. Tento o Twitter mas ele só escreve piada de político. Tento o Facebook, Twitter e blogs de amigos. Está ficando tarde. Se eu tivesse essa mesma concentração e minuciosidade e empenho e energia para o trabalho estaria rica. Estou retesadamente motivada e atenta. Mas não consegui nenhuma informação e eu ainda preciso saber.

São seis da manhã. Estou cansada. Coloco a música de quando você forçou a porta do quarto e entrou. Black Swan. Não sou boa de inglês como você, mas sei que é a história de algo que já começou fodido porque cresceu demais antes da hora, você que pegue um trem e suma daqui. Que bela música pra começar. Ok, agora estou chorando. Lembrei que eu me sentia tão viva com você me olhando bem sério e bem no fundo dos olhos e machucando meu braço. Sim, é definitivamente uma recaída e eu acabo de decidir que te amo mais que tudo no universo e que amanhã, ou hoje, porque já são sete e meia da manhã, vou resolver isso. Agora preciso dormir só um pouquinho.

Volto pra cama. Coração disparado. Não tem posição na cama. O que eu faço? Não tô a fim de ler, não tô a fim de ver TV. Aquelas outras coisas que se faz pra acalmar tô com preguiça agora, minha imaginação está indo toda para traçar um plano para que eu descubra. Descubra o quê? Não sei, mas sei que algo está acontecendo, ou eu não estaria assim. Porque eu sinto quando ele está com alguém, sabe? Eu sinto. Sim! A cartomante!

Ligo pra Zuleide. Você atende hoje? Mas é domingo, Tati! Atende? Só se for por telefone. Tá bom, então joga aí: ele está com alguém? Mas Tati, você quer mesmo saber isso? Quero, mulher. Eu preciso saber. Joga aí: ele está com alguma puta? Tati, eu não posso perguntar isso pras cartas. Pergunta aí: ele tá com alguma piranhuda desgraçada vagabunda vaca dos infernos? Zuleide pede desculpas e desliga. Preciso do Lexapro mas ele acabou há semanas, igual meu amor. E agora, de repente, preciso tanto dos dois novamente.

Você acha que ele está com alguém? Não sei, Tati, eu ainda tô dormindo, posso te ligar mais tarde? Você acha que ele está com alguém? E se estiver, Tati, quer ir ao cinema mais tarde? Você acha que ele está com alguém? Putz, sei lá, homem sempre tá comendo alguém né? Você acha que ele está com alguém? Tati, do jeito que ele gostava de você? Claro que não!

Chega, chega. Preciso me acalmar. Pra que isso? Se ele estiver com alguém agora, e daí? Terminamos não terminamos? Ele e eu não temos nada a ver, certo? Decidimos que era melhor assim, certo? Eu não tava bem com ele e nem ele comigo, certo? Porque era bom e tal. Aliás, meu Deus, como era bom. Mas não era bom pra ficar junto, certo? Então pronto. Chega. Adulta, adulta. Qual o problema se ele estiver agora, justamente agora, lambendo a virilhazinha de alguma desgraçada? Qual o problema? Ok, eu posso morrer. Eu definitivamente posso morrer. Chega, vou acabar com essa palhaçada agora mesmo.

Tomo banho, me visto, pego a bolsa, entro no carro. Considerando que ele não mora em São Paulo, não sei exatamente o que eu pretendo com isso. Mas me faz bem enganar o cérebro e fazer de conta que estou indo atrás da verdade. Na verdade vou só na casa de outro, preciso fazer qualquer coisa que não seja sofrer, mas não consigo. O outro não conhece Black Swan, não ri da história da Zuleide, não me aperta o braço.

Volto pra casa, destruída. Sinto tanto amor dentro de mim que posso explodir e bolhas de corações vermelhas atingiriam o Japão. Quase não consigo respirar. Chega, chega. Ligo pra ele. Ele não atende. Ligo de novo. Ele atende falando baixinho. Você está com alguém? Estou. Desligamos. Pronto, agora eu já sei. Depois de um final de semana inteiro de palpitações, descargas de adrenalina, músicas, textos, amigos, danças, gritos, sensações, assuntos, choros, dores, vida. Agora eu já sei.

O que eu nunca vou saber é porque faço tudo isso comigo só porque tenho tanto pavor do tédio. Era só isso o que eu precisava saber.


[Texto - Tati Bernardi ♥
Extraído do Blog Só Sentimentos Vividos ;) ]

sábado, 7 de maio de 2011

Agora...



Cultive, cuide, queira bem, o resto vem.”

Caio F. Abreu.

Tirinha.

No blog anterior, eu sempre postava umas tirinhas... Esse acho que não tem nada.
Enfim, segue uma então, que me fez rolar de rir e dizer: FATO!!







HAHAHA....
Homens... ¬¬

[re] Invenção!



Bom tchia Vida!
Hoje vim pensando no trajeto para o trabalho... a cidade amanheceu igualzinha a mim!
Recife, após um forte periodo de chuvas, amanheceu de céu azul, sol apino, LINDA, animada... uma chuvinha fina aqui e acolá, mas completamente aceitavel devido o momento.

Acordei otimista, desejando seguir a risca os planos traçados, pensando em mim, me vendo, me percebendo. Sorrindo á toa, abraçando pessoas, lendo revista de fofoca, elogiando a chef, comendo pão de padaria com mortadela, atendendo ao telefone dando aquele BOM DIA! para os clientes por mais chatos que sejam.
Hoje acordei como se tivesse num daqueles comerciais de margarina, saca? Familia reunida em volta da mesa, felizes e satisfeitos com os beneficios que a margarina pode tazer! [risos...., muitos risos...]

Acontece que hoje, inicia uma nova fase pra mim. AUTO-CONHECIMENTO. Auto reavalição. Focalizando todas as minhas energias para a minha melhora. 
E quer saber? Isso não é egoismo algum. É necessário

Que seja assim, DOCE, durante o dia inteiro, a noite inteira, o final de semana inteiro, o mês, o ano, a VIDA.

E não em canso de dizer... hoje a cidade amanheceu IGUALZINHA A MIM!

sexta-feira, 6 de maio de 2011


Só mais umas horas.
Guenta ai coração.

Eu vejo você.



"Eu tenho um milhão de motivos pra fugir de pensar em você, mas em todos esses lugares você vai comigo. Você segura na minha mão na hora de atravessar a rua, você me olha triste quando eu olho para o celular pela milésima vez, você sente orgulho de mim quando eu solto uma gargalhada e você vira o rosto se algum homem vem falar comigo. Você prefere não ver, mas eu vejo você o tempo todo."
 
Tati Bernardi.

O bom e velho Clichê.



"Eu sei, eu sei, o eterno clichê “isso passa”. Passa sim e, quando passar, algo muito mais triste vai acontecer: eu não vou mais te amar.
É triste saber que um dia vou ver você passar e não sentir cada milímetro do meu corpo arder e enjoar. É triste saber que um dia vou ouvir sua voz ou olhar seu rosto e o resto do mundo não vai desaparecer. O fim do amor é ainda mais triste do que o nosso fim.
Meu amor está cansado, surrado, ele quer me deixar para renascer depois, lindo e puro, em outro canto, mas eu não quero outro canto, eu quero insistir no nosso canto.
Eu me agarro à beiradinha do meu amor, eu imploro pra que ele fique, ainda que doa mais do que cabe em mim, eu imploro pra que pelo menos esse amor que eu sinto por você não me deixe, pelo menos ele, ainda que insuportável, não desista."

Tati Bernardi.

Minha Candura.



Essa semana, chove aos cantaros em Recife. Hoje o céu, contrariando o que disse a matereologia de ontem, amanheceu azul e com poucas nuvens brancas. 
E para mim, o dia amaneceu cinza, nublado, chuva torrencial. Pra mim o dia amanheceu triste, com um Q de vazio. Hoje, amanheceu com lágrimas. Hoje, ele veio assim. Como meu coração, quebrantado e fudido. Logo ele, que estava tão duro e forte, a ponto de eu achar que nunca voltaria a ser punido pelas minhas ações impensadas. (ou suas...)
Hoje, o dia amanheceu sem você.
Minha pele amanheceu seca, e meus olhos molhados.
Hoje, aquela menina que fala abertamente do que sente, volta com a força toda. Aquela menina frágil e idiota, que chora sem que nem por que. (ou talvez não...), aquela menina que sofre, e sofre muito... mesmo por quem não mereça, aquela menina boa, de coração bom e partido ao meio, aquele que (você) conheceu... volta com toda a força.

Hoje, eu não vou fazer a vontade de ninguém.
--Esqueça, não vale a pena. "Dê as contas..."
Hoje, isso não vai funcionar pra mim.
Hoje, eu tô em carne viva. Cabeça cheia e peito vazio.
Hoje, eu caio.

E eu espero que só hoje. E se a chuva voltar amanha, ao menos há uma justificativa para um dia melancólico.

Hoje eu sou extrema e visceral. Hoje, volta aquela sensação de "pular e rezar pra o chão não chegar".


"E enquanto a VOCÊ, hoje, PENSE. E veja, o que deixou escapar..."



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PS: Querida amiga, e hoje também, vou contrariar aquilo que você sempre me fala... que um cara famoso disse:
--Amanha eu fico triste, hoje não.
Por que hoje eu vou sentir toda essa dor...pra amanha voltar a sorrir.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Diálog[uinho]



P. diz:
E ai moça.
F diz:
Oiiii
P. diz:
Dormistes bem?
F. diz:
Sim! Sonhei mto
de ontem pra hj
P. diz:
Lembra?
F. diz:
Érr... não
P. diz:
E eu não sonhei, com nada...  =/
Se não lembra, como sabe que sonhou?
rs...
F. diz:
Na verdade eu lembro. De algumas coisas....
rsrsrrs
P. diz:
ah!
P. diz:
Foi bom?
F. diz:
Foi sim.
P. diz:
Hum!
Bom é assim.
F. diz:
rsrsrs.

(...)

F. diz:
Eiii!
P. diz:
Eu!
F. diz:
Encontrei uma coisa no meu bolso
P. diz:
Ah é? O que?
F. diz:
Que eu ia te mostrar no nossso ultimo encontro
rsrsrs
E eu esqueci.
P. diz:
Sério?
F. diz:
É que eu comi um serenata de amor, e o papelzinho
dizia que antigamente o pessoal fazia grandes coisas, como matar dagrão
pra demostrar o amor.
Depois de um tempo
o pessoal comeou a cantar
logo abaixo da janela
com serenatas
e hj em dia as pessoas mal conseguem falar seus sentimentos e dao uma serenata pra demostrar todo o carinho...
Eh mais ou menos assim...
rsrs
E eu ia te mostrar mas esqueci.
P. diz:
Nossa!
Sem palavras, estou.
F. diz:
Achei minha cara. Né? O lance de não falar, e tal...
P. diz:
É!


F. não sabe, e possivelmente nunca saberá, mas P. chorou na hora, e passou a tarde inteira pensando nisso, julgando ser a coisa mais doce que F. disse pra ela.

Adendo: Embora posteriormente, F. tenha assumido que não foi com P. que sonhou a noite inteira. E sim com V! Arfe!

E P. ficou muito P@#$!

terça-feira, 3 de maio de 2011

ComerRezar...Pensar.

O texto abaixo foi extraído do filme Comer Rezar Amar. Um belissimo filme, repleto de belas imagens e perfeitas frases para reflexão. Esse texto não foi encontrado na internet e não é literal do livro de Elizabet Gilbert. Eu, ao re-assistir o filme, neste chuvoso final de semana, o transpus para o papel usando as pausas do meu controle remoto. Trata-se de um "diálogo" entre o David, vivido por James Franco, e Elizabet - Julia Roberts, exatamente em meio a um delicado momento em seu já desgatado relacionamento. Esse texto, me fez pensar. Muito! 
Até onde podemos ir, em nome daquilo que acreditamos ser a real felicidade? Será que a ela está somente no outro? Será que devemos temer as inevitáveis mudanças, ou até mesmo evitá-las, por medo do sofrimento? Até onde podemos nos permitir violentar, puramente por medo da solidão?


Comer Rezar Amar...




-- E se admitirmos que temos uma relação desgastada e continuarmos mesmo assim? Nós aceitamos isso. Nós brigamos muito e a gente nem transa. Mas não temos que viver um sem o outro. E assim a gente pode passar nossas vidas juntos. Infelizes. Mas felizes por não nos separarmos.

Carta resposta de Elizabet, na Itália.

-- Querido David, a gente não se comunica há certo tempo e isso me deu o tempo que eu precisava para pensar. Lembra de quando você me disse que deveríamos viver juntos, mesmo sendo infelizes para podermos ser felizes?
Considere isso um depoimento de quem te amava tanto, que passou muito tempo dando o melhor de sí e tentando fazer isso dar certo.
Um amigo me levou a um lugar incrível outro dia, chama-se “Augustium”. O rei Octavius Augustos construiu para guardar seus restos mortais. Quando os bárbaros vieram, eles o destruíram juntamente com todo o resto. O grande Rei Augustus, o primeiro grande imperador de Roma... Como ele poderia imaginar que Roma, que para ele era o mundo inteiro, poderia um dia estar em ruínas?
O lugar que visitei é um dos mais silenciosos e solitários de Roma. A cidade logo cresceu ao redor. Ele parece um ferimento precioso, como um coração partido, que a gente não larga por que dói demais.
Todos nós queremos quer as coisas continuem iguais, David. E muitas vezes queremos aceitar viver no sofrimento, por medo da mudança. Por medo que as coisas sumam totalmente.
Depois que olhei atentamente para este lugar, o caos que ele tolerou, como ele foi adaptado, queimado, devastado e depois encontrou uma maneira de se reconstruir novamente, eu me senti tranqüila. Talvez a minha vida não fosse tão caótica. O mundo é que é. E a única armadilha de verdade é ficar ligada a isso. A ruína é o presente. A ruína é a estrada para a transformação.
A eterna cidade de Augustus me mostrou que devemos estar preparados para as ondas infinitas de transformação.
Nós dois merecemos mais do que ficarmos juntos, pode medo de sermos destruídos se ficarmos sozinhos.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Nós[talgia]...



Ontem, pela primeira vez em alguns anos, senti aquela sensação de pré-morte. Se é que se pode colocar dessa maneira. Na adolescencia sentia bastante isso. Coisas absurdas do tipo, o ônibus vai virar, o prédio vai desmoronar, serei atropelada, etc. Que mórbido, não é? [risos]
Ontem foi tudo tão diferente. Senti como se realmente fosse o meu último dia presente. Então, resolvi aproveitar cada senssaçãozinha do que o dia poderia me proporcionar. Admirei as nívens densas, deixei o sol penetrar em minha pele branca-quase-amarela, aproveitei ao máximo o vento frio do inicio de noite. Joguei conversa fora com estranhos sorri de uma piada sem graça, liguei para minha melhor amiga, brinquei com meus cães, reguei a samambaia de casa, tomei um café bem quente, pensei em VOCÊ, e deixei o sono chegar.
 Mas antes disso, avistei na minha estante o livro de Caio Fernando Abreu, Morangos Mofados. Livro este, que já havia lido a umas duas semanas. E ao folea-lo, deparei com esse conto. Lindo demais. Verdadeiro demais. O amor que transcede o tempo, as diferenças, as verdades, as situações de cada um, tudo. Nostalgico, como tem sido a minha vida. Não que seja bom viver de nastalgia, mas é que as vezes, só as vezes, é gostoso.
"E quem sabe, um dia, eu não passe por uma situação assim" - pensei. Então, resolvi viver mais um pouco...


O dia em que Jupter encontrou Saturno.
Caio F. Abreu - Morangos Mofados.


Foi a primeira pessoa que viu quando entrou. Tão bonito que ela baixou os olhos, sem querer querendo que ele também a tivesse visto. Deram-lhe um copo de plástico com vodka, gelo e uma casquinha de limão. Ela triturou a casquinha entre os dentes, mexendo o gelo com a ponta do indicador, sem beber. Com a movimentação dos outros, levantando o tempo todo para dançar rocks barulhentos ou afundar nos quartos onde rolavam carreiras e baseados, devagarinho conquistou uma cadeira de junco junto a janela. A noite clara lá fora estendida sobre Henrique Schaumann, a avenida poncho & conga, riu sozinha. Ria sozinha quase o tempo todo, uma moça magra querendo controlar a própria loucura, discretamente infeliz. Molhou os lábios na vodka tomando coragem de olhar para ele, um moço queimado de sol e calças brancas com a barra descosturada. Baixou outra vez os olhos, embora morena também, e suspirou soltando os ombros, coluna amoldando-se ao junco da cadeira. Só porque era sábado e não ficaria, desta vez não, parada entre o som, a televisão e o livro, atenta ao telefone silencioso. Sorriu olhando em volta, muito bem, parabéns, aqui estamos.

Não que estivesse triste, só não sentia mais nada.

Levemente, para não chamar atenção de ninguém, girou o busto sobre a cintura, apoiando o cotovelo direito sobre o peitoril da janela. Debruçou o rosto na palma da mão, os cabelos lisos caíram sobre o rosto. Para afastá-los, ela levantou a cabeça, e então viu o céu tão claro que não era o céu normal de Sampa, com uma lua quase cheia e Júpiter e Saturno muito próximos. Vista assim parecia não uma moça vivendo, mas pintada em aquarela, estatizada feito estivesse muito calma, e até estava, só não sentia mais nada, fazia tempo. Quem sabe porque não evidenciava nenhum risco parada assim, meio remota, o moço das calças brancas veio se aproximando sem que ela percebesse.

Parado ao lado dela, vistos de dentro, os dois pintados em aquarela - mas vistos de fora, das janelas dos carros procurando bares na avenida, sombras chinesas recortadas contra a luz vermelha.

E de repente o rock barulhento parou e a voz de John Lennon cantou every dau, every way is getting better and better. Na cabeça dela soaram cinco tiros. Os olhos subitamente endurecidos da moça voltaram-se para dentro, esbarrando nos olhos subitamente endurecidos dos moço. As memórias que cada um guardava, e eram tantas, transpareceram tão nitidamente nos olhos que ela imediatamente entendeu quando ele a tocou no ombro.

-Você gosta de estrelas?
-Gosto. Você também?
-Também. Você está olhando a lua?
-Quase cheia. Em Virgem.
-Amanhã faz conjunção com Júpiter.
-Com Saturno também.
-Isso é bom?
-Eu não sei. Deve ser.
-É sim. Bom encontrar você.
-Também acho.

(Silêncio)

-Você gosta de Júpiter?
-Gosto. Na verdade "desejaria viver em Júpiter onde as almas são puras e a transa é outra".
-Que é isso?
-Um poema de um menino que vai morrer.
-Como é que você sabe?
-Em fevereiro, ele vai se matar em fevereiro.

(Silêncio)

-Você tem um cigarro?
-Estou tentando parar de fumar.
-Eu também. Mas queria uma coisa nas mãos agora.
-Você tem uma coisa nas mãos agora.
-Eu?
-Eu.

(Silêncio)

-Como é que você sabe?
-O quê?
-Que o menino vai se matar.
-Sei de muitas coisas. Algumas nem aconteceram ainda.
-Eu não sei nada.
-Te ensino a saber, não a sentir. Não sinto nada, já faz tempo.
-Eu só sinto, mas não sei o que sinto. Quando sei, não compreendo.
-Ninguém compreende.
-Às vezes sim. Eu te ensino.
-Difícil, morri em dezembro. Com cinco tiros nas costas. Você também.
-Também, depois saí do corpo. Você já saiu do corpo?

(Silêncio)

-Você tomou alguma coisa?
-O quê?
-Cocaína, morfina, codeína, mescalina, heroína, estenamina, psilocibina, metedrina.
-Não tomei nada. Não tomo mais nada.
-Nem eu. Já tomei tudo.
-Tudo?
-Cogumelos têm parte com o diabo.
-O ópio aperfeiçoa o real
-Agora quero ficar limpa. De corpo, de alma. Não quero sair do corpo.

(Silêncio)

-Acho que estou voltando. Usava saias coloridas, flores nos cabelos.
-Minha trança chegava até a cintura. As pulseiras cobriam os braços.
-Alguma coisa se perdeu.
-Onde fomos? Onde ficamos?
-Alguma coisa se encontrou.
-E aqueles guizos?
-E aquelas fitas?
-O sol já foi embora.
-A estrada escureceu.
-Mas navegamos.
-Sim. Onde está o Norte?
-Localiza o Cruzeiro do Sul. Depois caminha na direção oposta.

(Silêncio)

-Você é de Virgem?
-Sou. E você, de Capricórnio?
-Sou. Eu sabia.
-Eu sabia também.
-Combinamos: terra.
-Sim. Combinamos.

(Silêncio)

-Amanhã vou embora para Paris.
-Amanhã vou embora para Natal.
-Eu te mando um cartão de lá.
-Eu te mando um cartão de lá.
-No meu cartão vai ter uma pedra suspensa sobre o mar.
-No meu não vai ter pedra, só mar. E uma palmeira debruçada.

(Silêncio)

-Vou tomar chá de ayahuasca e ver você egípcia. Parada do meu lado, olhando de perfil.
-Vou tomar chá de datura e ver você tuaregue. Perdido no deserto, ofuscado pelo sol.
-Vamos nos ver?
-No teu chá. No meu chá.

(Silêncio)

-Quando a noite chegar cedo e a neve cobrir as ruas, ficarei o dia inteiro na cama pensando em dormir com você.
-Quando estiver muito quente, me dará uma moleza de balançar devagarinho na rede pensando em dormir com você.
-Vou te escrever carta e não te mandar.
-Vou tentar recompor teu rosto sem conseguir.
-Vou ver Júpiter e me lembrar de você.
-Vou ver Saturno e me lembrar de você.
-Daqui a vinte anos voltarão a se encontrar.
-O tempo não existe.
-O tempo existe, sim, e devora.
-Vou procurar teu cheiro no corpo de outra mulher. Sem encontrar, porque terei esquecido. Alfazema?
-Alecrim. Quando eu olhar a noite enorme do Equador, pensarei se tudo isso foi um encontro ou uma despedida.
-E que uma palavra ou um gesto, seu ou meu, seria suficiente para modificar nossos roteiros.

(Silêncio)

-Mas não seria natural.
-Natural é as pessoas se encontrarem e se perderem.
-Natural é encontrar. Natural é perder.
-Linhas paralelas se encontram no infinito.
-O infinito não acaba. O infinito é nunca.
-Ou sempre.

(Silêncio)

-Tudo isso é muito abstrato. Está tocando "Kiss, kiss, kiss". Por que você não me convida para dormirmos juntos.
-Você quer dormir comigo?
-Não.
-Porque não é preciso?
-Porque não é preciso.

(Silêncio)

-Me beija.
-Te beijo.

Foi a última pessoa que viu ao sair. Tão bonita que ele baixou os olhos, sem saber sabendo que ela também o tinha visto. Desceu pelo elevador, a chave do carro na mão. Rodou a chave entre os dedos, depois mordeu leve a ponta metálica, amarga. Os olhos fixos nos andares que passavam, sem prestar atenção nos outros que assoavam narizes ou pingavam colírios. Devagarinho, conquistou o espaço junto à porta. Os ruídos coados de festas e comandos da madrugada nos outros apartamentos, festas pelas frestas, riu sozinho. Ria sozinho quase sempre, um moço queimado de sol, com a barra branca das calças descosturadas, querendo controlar a própria loucura, discretamente infeliz.

Mordeu a unha junto com a chave, lembrando dela, uma moça magra de cabelos lisos junto à janela. Baixou outra vez os olhos, embora magro também. E suspirou soltando os ombros, pés inseguros comprimindo o piso instável do elevador. Só porque era sábado, porque estava indo embora, porque as malas restavam sem fazer e o telefone tocava sem parar. Sorriu olhando em volta.

Não que estivesse triste, só não compreendia o que estava sentindo.

Levemente, para não chamar a atenção de ninguém, apertou os dedos da mão direita na porta aberta do elevador e atravessou o saguão de lado, saindo para a rua. Apoiou-se no poste da esquina, o vento esvoaçando os cabelos, e para evitá-lo ele então levantou a cabeça e viu o céu. Um céu tão claro que não era o céu normal de Sampa, com uma lua quase cheia e Júpiter e Saturno muito próximos. Visto assim parecia não um moço vivendo, mas pintado num óleo de Gregório Gruber, tão nítido estava ressaltado contra o fundo da avenida, e assim estava, mas sem compreender, fazia tempo. Quem sabe porque não evidenciava nenhum risco, a moça debruçou-sena janela lá em cima e gritou alguma coisa que ele não chegou a ouvir. Parado longe dela, a moça visível apenas da cintura para cima parecia um fantoche de luva, manipulado por alguém escondido, o moço no poste agitando a cabeça, uma marionete de fios, manipulada por alguém escondido.

De repente um carro freou atrás dele, o rádio gritando "se Deus quiser, um dia acabo voando". Na cabeça dele soaram cinco tiros. De onde estava, não conseguiria ver os olhos da moça. De onde estava, a moça não conseguiria ver os olhos dele. Mas as memórias de cada um eram tantas que ela imediatamente entendeu e aceitou, desaparecendo da janela no exato instante em que ele atravessou a avenida sem olhar para trás.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Quando?

Eu segui amando e redesenhando cada dobrinha da sua pele, cada cheiro escondido dos seus cantinhos, cada cílio torto, cada risada alta, cada deslumbre puro com a vida, cada brilho nos olhos quando o mar estivesse bonito demais. Cada preguiça, cada abandono, cada estupidez, cada limitação, cada bobeira. Amava seus erros assim como amava os acertos, porque o que eu amava, enfim, era você. E eu me perguntava, quase já sem agüentar mais, sem entender tamanha entrega burra, quando isso finalmente teria um fim. Quando minha coluna ia voltar a ser ereta, minha cabeça erguida e meus passos firmes? Quando eu iria superar você?” 

Tati Bernardi

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Ser Racional é...



Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais — por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia — qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.


Caio F. Abreu.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Eu, é que NÃO vou....



'Dessa vez não vou evitar dizer o que está na minha cabeça só porque eu sei que minha mente geminiana vai negar no dia seguinte, não fugirei de palavras bonitas porque quem diz não é uma pessoa perfeita, não arrumarei mil defeitos pra brigar contra as novecentas e noventa e nove qualidades, não desviarei meus olhos por medo de ter minha mente lida, não sumirei por medo de desaparecer, não vou ferir por medo de machucar, não serei chata por medo de você me achar legal, não vou desistir antes de começar, não vou evitar minha excentricidade, não vou me anular por sentir demais e logo depois não sentir nada, não vou me esconder em personagens, não vou contar minha vida inteira em busca de ter realmente uma vida.
Dessa vez não vou querer tudo de uma vez, porque sempre acabo ficando sem nada no final.
Estou apostando minhas fichas em você e saiba que eu não sou de fazer isso. Mas estou neste momento frágil que não quer acabar. Fiquei menos cafajeste, menos racional, menos eu. E estou aproveitando pra tentar levar algo adiante. Relacionamentos que não saem da primeira página já me esgotaram, decorei o prólogo e estou pronta pro primeiro capítulo. '

Caio F. Abreu

Contraditória negação, completamente intencional de tudo que nós [Geminianos] somos! 

terça-feira, 19 de abril de 2011

Eu tenho perdido muito de mim. E cresce uma gigante vontade de me resgatar. Mas sou humana. Tenho perdido o jeito e a fala.  O medo cresce. Ele não se vai, mas é de jeito nenhum. Medo do deslize. De falar algo indevidamente. De ser mal interpretada. De não ser... não ser. De errar... Mas, eu sou humana, oras!
Será o medo de ser OU NÃO eu mesma?
Preciso muito resolver. Me resolver acima de qualquer coisa. Me cuidar. Observar mais os meus detalhes, minhas milindrosidades... E isso, só cabe a mim, é coisa minha.

Acho que tenho conseguido. Pelo menos um pouco.

“E tudo que eu andava fazendo e sendo eu não queria que ele visse nem soubesse, mas depois de pensar isso me deu um desgosto porque fui percebendo, por dentro da chuva, que talvez eu não quisesse que ele soubesse que eu era eu, e eu era”
Caio Fernando Abreu.

"Ô menina, veja bem… Ouça uma boa música, leia um bom livro e bola pra frente. Pode parecer clichê, mas funciona. Vá por mim."
Caio Fernando Abreu.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A importância da Solidão.



Estou me sentindo só. Mesmo com todos em volta. Hoje, eu me sinto só. 
Mas, sem pena, ou autopunições. Estar só vai ser importante pra mim. A me ver, me conhecer. Me "ajeitar". Me consertar, me construir. A solidão será importante pra mim. Aqui tem 1,65m pra descobrir. Tem uma série de quadros na parede pra ajustar. Tem crises pra aprender a lidar. Certas "doenças" pra curar. Coisas minhas, e que ninguém tem de certo, obrigação de relevar ou suportar. Preciso canalizar forças em mim, meu autoconhecimento, e disso, preciso faz tempo. Preciso "expurgar os meus cancêres", "exorcisar os meus demônions".

Eu tenho tanto a aprender sobre mim. Tenho tanto, mas tanto. E eu não posso pôr sobre os ombros de ninguém essa tarefa. Eu não posso responsabilizar ninguém e muito menos penalizar ninguém.
É um processo meu. Únicamente e irrefutavelmente meu. Se será lento ou não, cabe o tempo me explicar isso. 

Essa noite, me ocorreu um fato inusitado. Um sonho. Sonhei com algúem que JAMAIS poderia imaginar. Alguém que por um tempo, um certo tempo, torci o nariz. Não há ódio, nunca houve de fato, isso assumo. Mas, nunca houve "amores". E essa pessoa me disse algo importantíssimo para o meu resgate. Acordei achando tudo tão estranho. Questionando a sua figura em meu subconsciente, e o que ela veio me dizer. E não sei se ela veio me acrescentar, ou fazer a diferença. Melhor deixar quieto, entre mim e eu.

Aos meus AMORES, aqueles que realmente amei, perdão. Pelos sufocamentos, pelas grosseirias, pelas "loucuras", pelos medos, pelas inseguranças, por se jogar sem pensar, pelo ódio, pela dor. Pela insenssatez, pela petulância, pelas chatices, pela rotina, pela falta de.
Em todos, houve sim AMOR. Em todos, eu quis depositar o melhor de mim, mesmo não obtendo sucesso. Em todos eu tentei ser o eu mesma, mesmo não sendo o ideal. Em todos, eu tentei me doar da maneira mais pura.

Perdoem as projeções. Minhas e suas.

Mas, agora a solidão talvez irá fazer parte de mim. E eu não pretendo fazer disso, algo ruim.

Eu preciso me buscar.

sábado, 19 de março de 2011

FELIZ ANIVERSÁRIO, MINHA IRMÃ!



Eu não tenho, não preciso de um dia específico, e olha que o dia de hoje é muito especial, para demonstrar e falar/escrever do meu amo a um certo alguém. Eu sou assim mesmo. Eu te amo, e falo, e abraço e cheiro e faço tudo isso.
Hoje, hoje, ontem, antes de ontem, amanhã, daqui a um ano, dois, dez... Estarei sempre, de uma forma ou  de outra falando do meu AMOR INCONDICIONAL a minha amiga-irmã.
A gente se juntou de maneira surreal. A internet foi sim, o principal veículo. Tudo começa quando ELA, fuça o meu antigo perfil na rede, e acha a coisa mais, "bonitinha, perfeitinha e buh buh buh do munnnndo" [rsrs...]. Um amigo em comum, contou-me. Achei engraçado, fui lá, achei a pessoa e adcionei. Então, nos juntamos distraídas!
E foi AMOR A PRIMEIRA VISTA.
De cara, nos tornamos UNHA E CARNE. Houve sim, a ajuda do amigo, a internet... mas se não FOSSE AMOR, NÃO ERA PRA SER.
Ganhei, naquele EXATO DIA, a minha maior amiga e ALIADA, minha IRMÃ!
Éramos muiiiito diferentes naquele tempo. Eu achava que sabia de tudo! E ela, se julgava boazinha demais. [rsrsrsrs...] E segundo ela, eu dispertei o seu LADO RUINZINHA!
Risos e gargalhadas à parte, e foram TANTOS E TANTOS que demos ao longo desses quase três anos, eu realemnte ATIREI NO ESCURO, E ACERTEI!
A gente esbara com tanta gente, tanta gente. Pessoas vêm, vão! Só alguns FICAM. Agente ATIRA! Só não sabe se o tiro vai ser no ALVO ou não. E com ela, o TIROFOI CERTEIRO.
Ela é uma pessoa do bem. Iluminada. SÁBIA. E até os seus "erros" [os que eu julgava ser erros] eram MILIMÉTRICAMENTE PENSADOS. Ela é de fato a pessoa mais inteligente que eu conheço. Ela é doce. Calma, branda, centrada. Ela sim, é muito esperta! Bobo, é quem achar o contrário. E como eu sei disso! [kkk]
Ela escreve como ninguém, e EU sou a sua MAIOR FÃN!
Ela SEMPRE ESTEVE DO MEU LADO, fazendo eu, a maior burrada da vida ou o maior acerto. Com ela, dividí choros e risos. Risos entre choros. Foi pra ela que eu corri, quando mais precisei! [lembra daquela segnda de carnaval?] Foi a voz dela que me acalmou quando eu tava quase sem rumo... Ela é meu lado RACIONAL. Ela me impulciona acertar. Eu que sou boba demais, e sigo minha cabeça de vento.... e quando lááá na frente, caio, ela diz: - Mulher! Para com isso. Agora é DAQUI PRA FRENTE! Levanta a cabeça Rô!
Rô... Ela me deu esse nome.! [rsrs..]
Com ela, nunca tive momentos ruins, tensos. Excetuando um bate boca ou outro, um "você é insuportável" daqui, e um "mulher chata da porra!!" alí.. [neste ultimo carnaval, lembra?], e depois.... tá tudo certo. Passa-se por cima de coisas miúdas. São só coisas miúdas.
Mas o vínculo fica! O histórico, o que a vida nos deu.

Hoje, É SEU ANIVERSÁRIO. Mas o maior presente É MEU. Todo meu! Egoísmo puro!
Egoísmo branco... por que eu soube bem dividir-la com outras pessoas, sabendo do meu espaço no seu peito.

Então, MINHA IRMÃ. Eu, de lonnnnnge... longe mesmo, nem vou te dar um abraço [coisa que ela não é muito chegada! kkk] Mas te dou minhas palavras!

FELIZ ANIVERSÁRIO, MARIA DO SOCORRO! NOSSA, CORRINHA!



PS: eu nunca coloquei minha foto em meus blogs... mas, a ocasião pede. ;)

domingo, 13 de março de 2011

“Gosto que levem a serio minhas desgraças.” 

Sabe quando a gente vira a página? Sim. Quando a gente realmente e simplesmente aceita uma determinada situação, e que por mais que isso venha a doer, você tão somente aceita e tem aquela consciência de que é melhor assim. Eu estou deixando isso acontecer. Estou me permitindo. Estou bancando os frutos das minhas escolhas, colhendo os pagos dos meus erros, e tentando acertar.
E agora tentarei acertar. É o que eu mais quero. Embora, eu saiba bem, que a minha maior possibilidade de acerto, está longe, foi embora. Hoje eu deixei ir. Hoje coloquei minha cabeça no lugar, respirei fundo, reconheci pra mim mesmo onde errei, e tracei mil objetivos. A minha vida agora está num caminho diferente. Espero seguir calmamente, levemente. Espero flutuar por ele. Espero poder sorrir, mas sorrir muiiiito.
Amanhã eu sofro, não hoje!
E convenhamos, vamos apenas chorar pelo o que é trágico. Sim, há escolhas e escolhas, que conseqüentemente traga danos irremediáveis. Mas nem sempre é comparado ao trágico. Como não é nesse caso.
Sentirei falta. Sentirei amor. Sentirei saudade. Hoje, amanhã, daqui a um mês ou dois.
Mas eu virei a página. Entendi, assimilei.
E o meu coração sempre estará partido em DOIS.
Ah, mas já dizia CAIO F.
"um band aid no coração, um sorriso e tudo bem."

SEJA FELIZ, SEJA FELIZ E SEJA MUIIITO FELIZ.

quarta-feira, 9 de março de 2011

E a sua ausência será a coisa mais presente nos meus dias.






Sobre você eu tenho três textos inacabados e uma carta. Sempre foi difícil ter as palavras entre nós. Elas sempre foram substituídas pela paixão dos beijos e roçar da pele quente, sedenta. Não que eu não tivesse nada a falar sobre você. É que realmente, sempre foi muito difícil te definir em palavras. Pra ser honesta, você nunca caberia num texto. Você sempre foi maior do que essas coisas. Com você, as atitudes valiam mais do que qualquer coisa. É, você está certa.
Eu gosto mesmo de você. Apesar de toda a nossa incompatibilidade, e qualquer coisa que surgia dela, eu sempre chegava a conclusão de que valia a pena tentar, e te fazer querer tentar junto comigo. E sempre foi assim. Por que todas as vezes em que pensávamos em nos afastar, vinha a falta de coragem de apartar o botãozinho vermelho do celular, e o medo de não nos sentir mais presente em nossas vidas. Numa dessas idas e vindas, você me falou: - haverá o dia em que isso nos fortalecerá, e o fim será mesmo o fim.
Eu só não contava com o destino e rasteira que ele me deu hoje.
Eu nunca fui esperta o bastante pra entender a dinâmica da nossa relação. Mas acho que tentei. Muito embora, a afobação tenha me feito por diversas vezes meter os pés pelas mãos. Eu lamento, lamento mesmo não ter sido boa o bastante pra suprir as suas projeções. Pra superar as suas expectativas e nem ser exatamente do jeito que você é e quer. Honestamente, não me cabe querer justificar os meus erros, minhas momentâneas frescuras, meus medos e inseguranças. Elas simplesmente existiam. E eu nunca fui mesmo perfeita.
Assim como você também não foi. Assim como discordei muitas vezes da postura que você assumia diante alguma situação ou outra. Eu nunca gostei desse teu jeito de querer ser a dona da verdade. Fazer uso e ter pleno poder dela. Nunca concordei com a sua vontade louca e quase patológica que querer controlar tudo. De como você sempre quis ter as coisas do seu jeito. E de como você tenta [e é certo que consiga] manter o controle sobre suas EMOÇÕES. [é daí que vem a maior de nossas diferenças.] E de como a sede de ter esse poder, nos provocou certas dores.
E em nome do que senti e sinto, eu tentei aprender a conviver com isso. Mas te confesso que nunca foi tão fácil. Muitas vezes doeu. Muito e você sabe bem.
Em contra partida, com você eu também tive as melhores curas. Você me provocou os meus melhores sorrisos. As melhores gargalhadas. Você me fez, com palavras e com a sua presença, ver a vida de uma ótica diferente. E até no ultimo segundo você o fez.
E o bem que me causou quando nossas vozes se cruzaram pela primeira vez. Do sentimento de paz e segurança que sentia quando repousava no teu braço após o amor. Das minhas pernas trêmulas após as sensações que nunca ninguém me fizera sentir. Do prazer satisfeito e dos beijos que hora intensos e hora tão doces e ternos.
Só eu sei a cara de boba e o sorriso amarelo que me surgia quando ouvia o tom de mensagem do celular. Quando A tal do amor [Jay Vaquer], Candura [ Marina Machado], Fogo e Gasolina [Roberta Sá], Certas Coisas [Lenine] começavam a tocar. Quando falamos as coisas mais bobas do mundo, então riamos como crianças.
Hoje, eu arrepiei ao seu lado. Você sempre se queixava de que nunca havia me feito arrepiar. Mas hoje eu me arrepiei. Hoje, minhas pupilas dilataram. E infelismente hoje nós nos perdemos.
E sabe o que me dói mais? Que talvez amanhã tudo não passe de uma vaga lembrança. Por que eu sei que você é tão mais forte e tão mais centrada do que eu. E você fará a coisa ser fácil, como seu método de cura. Não será assim pra mim. Não será simples. Não será fácil. Não será easy. Por que a sua ausência será a coisa mais presente nos meus próximos dias. E que vai doer e doer. Mas sei que vai passar. Como passou antes, pra mim e pra você.
Mas hoje, amanhã e talvez depois, vai doer.E eu sei, que pra você também. Lamento. E nunca imaginei que seria assim. Que realmente você levasse o meu chão consigo. Deixando em troca, um pedaço de você enorme. Eu não vou te esquecer tão fácil.

<//3

07/03/11