terça-feira, 3 de maio de 2011

ComerRezar...Pensar.

O texto abaixo foi extraído do filme Comer Rezar Amar. Um belissimo filme, repleto de belas imagens e perfeitas frases para reflexão. Esse texto não foi encontrado na internet e não é literal do livro de Elizabet Gilbert. Eu, ao re-assistir o filme, neste chuvoso final de semana, o transpus para o papel usando as pausas do meu controle remoto. Trata-se de um "diálogo" entre o David, vivido por James Franco, e Elizabet - Julia Roberts, exatamente em meio a um delicado momento em seu já desgatado relacionamento. Esse texto, me fez pensar. Muito! 
Até onde podemos ir, em nome daquilo que acreditamos ser a real felicidade? Será que a ela está somente no outro? Será que devemos temer as inevitáveis mudanças, ou até mesmo evitá-las, por medo do sofrimento? Até onde podemos nos permitir violentar, puramente por medo da solidão?


Comer Rezar Amar...




-- E se admitirmos que temos uma relação desgastada e continuarmos mesmo assim? Nós aceitamos isso. Nós brigamos muito e a gente nem transa. Mas não temos que viver um sem o outro. E assim a gente pode passar nossas vidas juntos. Infelizes. Mas felizes por não nos separarmos.

Carta resposta de Elizabet, na Itália.

-- Querido David, a gente não se comunica há certo tempo e isso me deu o tempo que eu precisava para pensar. Lembra de quando você me disse que deveríamos viver juntos, mesmo sendo infelizes para podermos ser felizes?
Considere isso um depoimento de quem te amava tanto, que passou muito tempo dando o melhor de sí e tentando fazer isso dar certo.
Um amigo me levou a um lugar incrível outro dia, chama-se “Augustium”. O rei Octavius Augustos construiu para guardar seus restos mortais. Quando os bárbaros vieram, eles o destruíram juntamente com todo o resto. O grande Rei Augustus, o primeiro grande imperador de Roma... Como ele poderia imaginar que Roma, que para ele era o mundo inteiro, poderia um dia estar em ruínas?
O lugar que visitei é um dos mais silenciosos e solitários de Roma. A cidade logo cresceu ao redor. Ele parece um ferimento precioso, como um coração partido, que a gente não larga por que dói demais.
Todos nós queremos quer as coisas continuem iguais, David. E muitas vezes queremos aceitar viver no sofrimento, por medo da mudança. Por medo que as coisas sumam totalmente.
Depois que olhei atentamente para este lugar, o caos que ele tolerou, como ele foi adaptado, queimado, devastado e depois encontrou uma maneira de se reconstruir novamente, eu me senti tranqüila. Talvez a minha vida não fosse tão caótica. O mundo é que é. E a única armadilha de verdade é ficar ligada a isso. A ruína é o presente. A ruína é a estrada para a transformação.
A eterna cidade de Augustus me mostrou que devemos estar preparados para as ondas infinitas de transformação.
Nós dois merecemos mais do que ficarmos juntos, pode medo de sermos destruídos se ficarmos sozinhos.

4 comentários:

  1. Preciso ir a essas ruinas urgente... Como a grana ta curta acho que vou pegar o filme pra ver, ou ler o livro. Gostei muito!

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  2. Nossa, senti aqui exatamente o que ela quis dizer com cada palavra.
    Linda a carta.

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  3. Eu assisti o filme ontem. E ele é a minha vida. Parece que a Liz ta interpretando os meus sentimentos. E hj graças a essa frase q ele disse e a essa resposta que ela deu, eu resolvi recomeçar. Fazer tudo diferente, terminar o desgastado para viver o novo. E deixo em cima da minha mesa essa frase escrita. Para que talvez ele também entenda que já não vale mais a pena morrer pra tentar recuperar o que já não existe mais. Deixo minha experiência aqui pra vcs. Um bj e boa sorte.

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  4. Assisti esse filme à época que lançou e cheguei a ler o livro. Não imaginaria que mais de uma década depois eu estaria vivendo exatamente o que Liz viveu. Estou em ruínas, mas a caminho da transformação.

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Rapá, tu tem alguma coisa pra falar? Conversa ai ó... é nesse quadradinho branco. Aceito qualquer tipo de coméntário. Os construtivos, os destrutivos, os engraçados, os sérios. Se for em dinheiro, melhor ainda!