segunda-feira, 23 de maio de 2011

Para L.



Recife, 23 de Maio de 2011.

Meu bem,

Sim, ainda tenho total direito e liberdade de te chamar assim: Meu bem! O fato de nossa relação ter chegado ao já esperado final, não ocuta o sentimento que ainda existe. Sim, a relação acabou, não o amor.
Tavlez, como diz minha tão amada Tati Bernardi, "Talvez meu amor tenha aprendido a ser menos amor só para nunca deixar de ser amor..."
Deixar de ver você como uma das principais pessoas da minha vida, certamente não irá acontecer. Lembra de quando eu dizia que não foi à-toa ter-nos conhecido? Acredito que agora, HOJE, nós descobrimos perfeitamente o por que. Eu plantei um amor jamais conhecido e sentido em seu peito e você me trouxe realidade. Ter conhecido você me mostrou a vida de uma ótica diferente. A ótica do humor, do otimismo, da realidade por dura e crua que ela seja. Você me trouxe uma fortaleza que eu jamais imaginei sentir. Me moldou e me refez. E primordialmente, me ajudou quando eu realmente precisei. Você nunca filosofou pra mim. Nunca me disse nada para que essa "mudança" se abatesse sobre mim. Para isso, foi apenas necessário 'viver' com você. Alí, dia a dia. Te vendo e te observando. Abstraindo aquilo que você me oferecia, seja isso conciente ou inconcientemente. Eu ainda não sei, e talvez com o tempo a vida me mostre, se essa minha mudança me fará bem, ou a quem estiver ao meu lado. Contudo, equiparando o que eu era e o que hoje eu sou, aceito isso sendo algo bastante válido. Firmeza. O ser forte.
Enquanto a você. Bem, tenho me surpreendido, pode apostar. Todas as vezes que, (isso eu acredito ser de fato inconscientemente rs...) me toca com minuciosas sutilezas e gentilezas. Não que você nunca fosse gentil, não é isso. E tenha abosuluta convicção, que todas elas foram mais um tijolo sendo retirado da parede que, enfim, infelizmente ou felizmente eu construí sobre mim.
E do mesmo modo em que eu mudei, ví você mudar também. Ví você, sempre tão eretil e firme, cometendo as mais impensadas-intensas-doces atitudes em nome de AMOR. Logo você, imagine. E eu também não sei, e acredito que nem você sabe ainda, se essa mudança será boa. No entanto, também creio ser de valia.
E mediante a todas essas nossas 'evoluções', vieram as mais profundas dores, medos, dúvidas.
Mas hoje, não falemos e nem pensemos sobre isso. Hoje, te digo e te proponho guardar o melhor que aconteceu. O melhor de nós. Quero lembrar das gargalhadas, dos chocolates, das brincadeiras, das amenidades. Tudo foi muito divertido. E foi assim, no primeiro e no ultimo encontro. Não quero lembrar que essa graça se perdeu algumas vezes pelo caminho. Penso em cada vez que a resgatamos. Como agora.
Ok. Fácil? Não. Finalizar o ciclo nunca é fácil. Ainda haverá vontade de ligar, conversar, sorrir. E, faremos tudo isso. Não se corta um vínculo assim, de maneira tão brusca. 
Desejo que possamos nos encaminhar de maneira limpa e sem danos. Que você seja tão feliz, quanto eu pretendo ser. 
Sempre levarei você comigo e o que adquirí ao longo desse tempo. Que seguamos tendo a conciencia do que é melhor para nós, mesmo que para isso, tenhamos que contrariar o que o nosso coração.
Ainda tenho aquela ideia de que, aconteça o que tiver de acontecer agora, do que permitir que mais dores e que o ódio bata em nossa porta.

A relação, acabou. Mas o que nos uni, não.

Grande beijo,

Rogéria.

2 comentários:

  1. Extremamente profundo isso amiga... Entendi o que você escreveu, pq senti no fundo da alma cada palavra deste post. O engraçado é... Não deveria tirar nem pôr nenhuma palavra. Magnífico. Parabéns.
    Patricia Soares

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  2. Obrigada amorê.
    De coração. Que bom que gostou.

    Pois é, o boca fala, ou adaptando para nós, aspirantes a escritores, os dedos escrevem aquilo que o coração está cheio.

    Senti, e escrevi.

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Rapá, tu tem alguma coisa pra falar? Conversa ai ó... é nesse quadradinho branco. Aceito qualquer tipo de coméntário. Os construtivos, os destrutivos, os engraçados, os sérios. Se for em dinheiro, melhor ainda!