Você me movimentou tanto. Você me provocou severamente sensações. Você me encantou tantas e tantas vezes, numa mesma frase ou num mesmo olhar. Você me sinalizou as curvas. Você soube respeitar cada tempo meu. E me desafiou em cada mentira. E me abraçou em todas as vezes que eu chorei. Você soube me provar que dizer 'sim' ou 'não' não significa sentir 'sim' ou 'não'. Fez boa parte dos meus textos. Me entregou uma safra de palavras. Me provocou as melhores cartas que eu fui capaz de criar. Foi o texto que eu mais escrevi de diversas maneiras, sempre querendo dizer a mesma coisa. Você acalmou a minha ansiedade. Despertou com sabedoria que apesar das palavras, o silêncio do olhar é essencial. Eu sempre adorei compreender o teu olhar e sempre tive um orgulho imenso de todas as vezes que você me ouviu sem usar a gramática. Você me manteve por perto mesmo quando eu não quis. E quando eu te feri, você não me deixou. E feridas, soubemos nos respeitar sem abandonar a idéia de futuro.
Por isso eu queria dizer que depois desse tempo, é um prazer estar presente. Entregues a um amor de gente que se ama e não se abandona por não querer, por não saber como, por tantos e tantos motivos que só você sabe, que só eu sei. Você é uma incrível poesia. E eu venho pensando e remando em direção oposta – para variar – logo eu, que falo tanto em mínimos óbvios. A tempos atrás, a gente se encontrava e se estranhava e não tínhamos a dimensão do que ia acontecer. Eu lembro de te querer tanto e em voz alta. Eu lembro de você querer sempre mais o mundo. Sem metáforas, você sempre quis o mundo. Sempre transbordou levando quem estivesse ao lado. E permaneci até agora. E permanecemos e eu queria mais uma vez, pela primeira vez, dizer que te amo. E te oferecer o ponto de interrogação, o meu ponto de interrogação, que é tudo o que eu sempre te entreguei. E você não recusou.
[sacado e adaptado de Mínimos Óbvios...]
Eita, arrepiei.. vou agora lá no blog seguí-lo!
ResponderExcluirArrasou Rô!
"...o silêncio do olhar é essencial"
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